Celebrado em 29 de outubro, o Dia Nacional do Livro homenageia mais do que um objeto; celebra um pilar fundamental da identidade e do desenvolvimento do Brasil. A data remonta a 1810, com a fundação da Imprensa Régia no Rio de Janeiro, berço da primeira obra publicada no país. Mais de dois séculos depois, o livro permanece como agente transformador, essencial para a democratização do conhecimento e a formação de uma sociedade crítica e consciente.
Sua importância na cultura brasileira é multifacetada. Em primeiro lugar, o livro é o guardião da nossa memória. É nas páginas de romances, ensaios, poesias e estudos que a língua portuguesa se reinventa e floresce, onde a vastidão de sotaques, histórias regionais e contradições nacionais encontra voz. Autores como Machado de Assis, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Carolina Maria de Jesus construíram, palavra por palavra, o retrato complexo do Brasil, permitindo que nos reconheçamos e questionemos.
Além de espelho, o livro é janela. Ele proporciona o acesso a universos distantes, ideias revolucionárias e diferentes perspectivas, sendo uma ferramenta insubstituível de educação e emancipação intelectual. A formação de leitores é, portanto, estratégica para reduzir desigualdades e fomentar a cidadania. Numa era de excesso de informação digital, o livro oferece profundidade, rigor e a possibilidade de uma reflexão tranquila.
Contudo, a data também serve como alerta. Os desafios do alto preço do exemplar físico, da baixa circulação em bibliotecas públicas e da necessidade de estímulo à leitura desde a infância permanecem. Celebrar o Dia Nacional do Livro é, acima de tudo, reforçar o compromisso com políticas que garantam seu acesso a todos os brasileiros. Manter viva a chama da leitura é assegurar que a cultura nacional continue a ser escrita, lida e reinventada por gerações futuras.
FOTO: GRATUITO GOOGLE
TEXTO: ALTERVIR NORMANDO