No coração da Amazônia, Manaus comemora 356 anos como um testemunho vivo da resistência e da exuberância. Fundada em 1669, a “Paris dos Trópicos” muito além de sua fase áurea da borracha, consolida-se como um epicentro de diversidade e um caldeirão cultural de influências indígenas, nordestinas, nortistas e internacionais. Seu aniversário é mais que uma data cívica, é a celebração de uma identidade única, profundamente enraizada na cultura popular brasileira.
A importância de Manaus no cenário cultural nacional é inegável. Foi do seu solo que surgiram manifestações artísticas que ecoaram pelo país. O “Boi-Bumbá”, sua mais expressiva contribuição, transcendeu as fronteiras regionais para se tornar um símbolo nacional.
A cidade é um palco permanente. O “Festival de Parintins”, uma epopeia cultural nascida no Amazonas, tem em Manaus seu principal ponto de difusão e apoio. A cena musical local, berço do “Brega”, gênero que dominou o norte e nordeste com suas letras sentimentais e batidas eletrônicas, demonstra a capacidade de Manaus de criar tendências.
A culinária, outra face poderosa de sua cultura popular, é uma experiência sensorial. Do tacacá servido nas esquinas ao peixe fresco assado no açaí, os sabores manauaras falam de floresta e rio, sendo patrimônio imaterial que atrai turistas e aquece o coração dos locais.
Portanto, aos 356 anos, Manaus não se resume a sua importância geopolítica ou econômica. Sua maior riqueza está em seu povo, na sua capacidade de transformar lendas em festa, sons regionais em hits nacionais e sabores da floresta em iguarias universais. É a metrópole que pulsa ao ritmo do repique do boi, um farol cultural que, de dentro da Amazônia, ilumina e encanta o Brasil.
Foto: PREFEITURA DE MANAUS / ALTERVIR NORMANDO
Texto: ALTERVIR NORMANDO